quarta-feira, 5 de março de 2014

Em algum lugar anoitece

(angel on the red horse by Sharon McCullough)

EM ALGUM LUGAR ANOITECE

Em algum lugar anoitece...
Mas é quando anoitece em mim
que eu liberto os meus mistérios,
engulo os sapos, as lagartixas/
regurgito as luas e os sagitários
salpico de estrelas meu corpo gélido.

Quando anoitece em mim

Meu coração pula como um louco 
Tropeça, engasga
Desdiz e se desmancha
Quase sempre por tão pouco.


É quando mais me avisto
Minha máscara se desgasta
Mais em nuvem me desfaleço 
Quanto mais da sua pele me deslumbro
Mais corro para o seu laço.

Em algum lugar anoitece, 
Anoitece no Japão
Na Tunísia e no Paquistão.
E quando anoitece em mim, 
Minha noite me arrebata. 

Eu minto, me despeço, fujo, finjo

Me cubro e me desnudo...
Quanto mais você me nega.

Daisy Melo

Vai uma moquequinha aí?

MOQUECA À MINHA MODA

                                                                                                                           (foto por Daisy Melo)

Sim. Eu adoro cozinhar. Aproveitei e, em um dia desses de Carnaval, resolvi preparar uma moqueca de peixe e camarão. Vou chamar de "Moqueca à minha moda" já que misturo a moqueca capixaba com a baiana. Uma delícia, fácil, fácil.
Como faço tudo "de olho" vou tentar  imaginar, aqui, a quantidade dos ingredientes:

  • 1 kg do peixe de sua preferência (usei namorado, mas pode ser corvina, badejo, pescada, etc).
  • 1/2 kg de camarões médios sem casca.
  • 3 tomates.
  • 2 cebolas.
  • 1 pimentão verde, 1 amarelo e 1 vermelho.
  • 1 vidrinho de leite de coco.
  • mais ou menos 200 g de molho de tomate.
  • sal, pimenta do reino e alho  a gosto.
  • limão (1 limão médio está ótimo).
  • azeite doce a gosto.
  • cheiro verde e coentro a gosto.
Pedi para a Valéria (minha fornecedora de peixes e frutos do mar do Mercado de Peixe da Pedra de Guaratiba - garantia de produto fresquinho, às vezes minha mãe pede por telefone) - o namorado. Como ele era muito grande, pedi pra Valéria cortar na metade: uma parte foi cortada em postas e a outra está no freezer para um peixinho assado na próxima oportunidade.

Temperei o peixe e o camarão com limão, sal, pimenta do reino e alho picadinho. . 

Cortei em fatias os pimentões, a cebola e tomate.

Agora a arrumação na panela:
Há anos atrás, ganhei uma panela de barro do meu amigo José Ulysses. Ideal pra fazer este tipo de comida pois ela demora a esquentar e mantém a comida aquecida. Mas não precisa usar uma panela de barro se você não tiver. Pode ser em qualquer panela. 
Reguei o fundo da panela com azeite doce e coloquei uma camada de cebola (DICA! assim evita que o peixe queime embaixo).
Arrumei as postas por cima da cebola evitando colocar uma em cima da outra.
Depois, os pimentões, o tomate, o camarão (nessa ordem) e finalizei com cheiro verde e coentro. Mais uma regada generosa de azeite doce. Tampei a panela e deixei cozinhar em fogo baixo por mais ou menos 20 minutos. 
Quando estava borbulhando, misturei, à parte, o molho de tomate com o leite de coco (reparem que eu não mexi na arrumação da panela. A gente não fica mexendo na preparação depois que ela vai pra panela, por isso o fogo baixo) e reguei minha moqueca. Provei o sal (não coloquei mais, o peixe e os camarões ficaram bem temperados, mas, é a gosto).
E pronto!

E o pirão, Daisy?
Claro! estava esquecendo o pirão! 
O namorado tem uma cabeça grande, com bastante carne, então cozinhei a cabeça na água com um pouquinho de sal. Depois que esfriou, tirei toda a carne. Numa outra panela, coloquei parte do caldo suculento que se formou na panela de barro e fui colocando aos pouquinhos a farinha de mandioca torrada, esperei cozinhar e, aí sim, pronto! Você pode comer a moqueca com arroz branco e uma saladinha que também fica ótimo. Espero que gostem!

Obs: sempre que faço moqueca lembro da TV Pirata. Lembram? Morro de rir com o Luiz Fernando Guimarães caracterizado de baiano, no grupo de apoio CMA. Não vou contar mais porque estraga a piada. Deem uma espiada no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=LKoe01Yi5pk

terça-feira, 4 de março de 2014

No tempo das Carambolas.




Adriatic Neighbors
by Henrietta Milan







NO TEMPO DAS CARAMBOLAS

As árvores eram altas e as pernas do meu pai tão longas que chegavam em Dublin.
Um quintal e umas ameixinhas amargas
Mas eu principiava a achar tudo bom. 
Casa branca, varandinha minúscula, um mistério: para que porta que nunca se abre?
A tartaruga atacava o dedão caso ele estivesse com unhas pintadas de vermelho-cor-de-tomate.
Era doidinha por tomate.
Bomba-Relógio, o galo, lavava os pés-de-galinha caso quisesse entrar, pois a casa tinha cheiro de mofo e limpeza. Um frio de séculos e lápis de colorir.
Eu principiava um sorriso meio fosco, meio tosco, um meio sorriso que nunca desabrocha do tempo que nunca era e nunca chegou.

Por que cisma em ficar na minha lembrança se nunca existiu?

Daisy Melo

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segunda-feira, 3 de março de 2014

Pois é..."olha nóis aqui trá vez"... estou re re re re editando meu blog "trá vez"??!!

Muitas coisas (algumas boas, outras nem tanto, mas todas benéficas e educativas) aconteceram comigo nesse vácuo entre minha última postagem e esta: muito estudo, a tal  síndrome da página em branco (diariamente e doídamente), uma nova realidade ao passar no concurso público, realidade que pretendo aproveitar e transformar em mais estudos. Enfim... impossível ficar o tempo todo sem escrever... a palavra está me chamando de novo. Úúúúhhhhh!!! E é algo sobrenatural, está nas veias, sangue e coração. De início, aos poucos e sem me pressionar muito, irei migrar todos os posts do meu antigo blog. E, tem mais! Garanto que não vamos só postar poesias e textos (meus e de outros escritores) mas vamos falar de quase tudo.

carnaval de 2014.